top of page

Presidente da ANIVEC em entrevista ao Jornal i


Os setores têxtil e vestuário são dos mais importantes para a economia portuguesa e só nos primeiros sete meses deste ano, o têxtil viu as exportações crescerem 17,7% em relação ao período homólogo de 2020 e 0,2% face a 2019. No entanto, vê-se cada vez mais a braços com grandes concorrentes asiáticas – principalmente mas não só. E é exatamente esta questão do mercado que César Araújo, presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC) quer trazer para cima da mesa. “O nosso problema não é a capacidade das nossas empresas. É a questão do mercado. Se 85% de todos os produtos consumidos na Europa têm proveniência asiática, o que se pode questionar é, até que ponto, vamos ter mercado ou não para as empresas europeias operarem dentro do mercado europeu”, disse ao i.

Como exemplo, este responsável do setor usa a Shein – empresa que vende exclusivamente online – “que coloca produtos como um casaco a 20 euros ou umas calças a 12 euros com transporte, com pagamento de direitos aduaneiros, com pagamentos de IVA...”. E, por isso, não tem dúvidas de que “é preciso fiscalizar como é que essas empresas conseguem fazer isso”. Aliás, para César Araújo, esta é uma “lacuna da Europa, onde é preciso atacar já”. E sugere “monitorizar o oportunismo que está a ser desencadeado por empresas que aproveitam lacunas da lei europeia”, questionado a reciprocidade desses mercados para com a Europa. “O que interessa a Europa comprar quando esses países não nos compram? Não bate só no vestuário e na moda. Vai bater a todos os setores, é uma questão de tempo”.

Para César Araújo, o mercado português “é muito pequeno”. “Somos 10 milhões de habitantes. Há cidades europeias com mais habitantes que Portugal. Nunca devemos pensar micro e outro dos problemas que temos é que pensamos micro. Para Portugal e para o Governo, uma empresa com mais de 250 trabalhadores é uma grande empresa... não é nada. É um grande disparate”. E para o responsável não há margem para dúvidas: é preciso e é importante olhar para a Europa como o nosso mercado doméstico porque “enquanto não pensarmos assim não vamos beneficiar do potencial que é a Europa”.




Notícia Relevante
Notícias Recentes
Arquivo
bottom of page