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Mind já testa Feature Recognition



A tecnologia desenvolvida pela empresa portuguesa, que usa inteligência artificial para reconhecer padrões e posicionar, de forma precisa, as diferentes partes de uma peça de vestuário para o corte, está a ser testada em clientes como a Hermès.

Basta apenas alguns minutos para programar a tecnologia e iniciar o corte ajustado aos padrões com a Feature Recognition. Numa demonstração que teve lugar ontem no CITEVE, o processo foi rápido: selecionar o modelo, analisar as características do padrão, colocar o posicionamento das diferentes partes de uma camisola (frente, costas e mangas) em áreas específicas do padrão, esperar um ou dois minutos para que a tecnologia reconheça esse posicionamento e o repita ao longo do rolo do tecido e, a partir daí, o corte começa.


[©Mind]«A Feature Recognition permite economia de tempo – hoje em dia é um processo manual –, flexibilidade, uma maior personalização e obviamente uma maior qualidade – é uma solução que oferece uma grande repetibilidade», explicou Ricardo Carranca, diretor de I&D de software da área industrial.


A solução, que foi desenvolvida para dar resposta a uma necessidade do mercado está atualmente em testes industriais. «Já temos clientes no mercado nacional – que começaram numa fase beta – a usar a tecnologia e clientes internacionais também, como a Hermès», apontou Ricardo Carranca.


Além da Feature Recognition, a Mind tem ainda, entre outras, as soluções Printed Cut – que deteta automaticamente os estampados, para um corte mais eficiente – e Pattern Matching – uma solução de corte com alinhamento automático de marcadores para a compressão e distensão de tecido, incluindo reconhecimento automático de padrões –, com elevada capacidade de precisão, que podem fazer o corte em têxteis com estampados ou padrões, ajustando ao modelo, mas também, como frisou Vítor Duarte, podem cortar tecidos lisos até quatro ou cinco camadas e, dessa forma, responder aos atuais desafios da indústria.



Vítor Duarte [©Mind]«As nossas soluções permitem uma poupança óbvia de matéria-prima. Tendo uma grande precisão e rigor, temos marcadas com espaço zero entre peças», exemplificou. Além disso, a produção em materiais lisos exige apenas um operador – porque o workflow é automático –, o espaço necessário é menor, porque a solução é compacta, não necessita de consumíveis como plástico e papel, os custos de manutenção são menores do que as máquinas multicamada, que têm maior desgaste das cabeças de corte, e, como usam um nível de vácuo mínimo, há uma maior poupança energética.


«Somos uma empresa que procura constantemente a inovação», sublinhou João Bernardo, CEO da Mind, cujos clientes – em segmentos que vão do vestuário ao automóvel, passando pelo calçado e mobiliário – produzem para marcas como Prada, Gucci, Bentley, BMW, Birkenstock, Mulberry e Hermès.


João Bernardo [©Mind]

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