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César Araújo leva as preocupações do setor até Bruxelas

  • anivec
  • Mar 26
  • 2 min read


No passado dia 24 de março, enquanto Presidente da Direção da ANIVEC, César Araújo reuniu-se com Eva Schultz, Membro do Gabinete da Vice-Presidente Executiva Roxana Minzatu, responsável pelos direitos sociais, competências, empregos de qualidade e preparação.

O impacto social de indústrias com forte intensidade laboral, como a Moda, o Têxtil e o Vestuário, é evidente. O futuro destes setores determinará o futuro de milhares de trabalhadores nas comunidades europeias. Preparar estes profissionais para as mudanças que se avizinham, impulsionadas pela transição digital e pela economia circular, é agora uma prioridade.

Contudo, para preparar o futuro, é essencial enfrentar os desafios do presente, reposicionando a Europa no contexto do mercado global. Só conseguiremos cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris e avançar para uma economia verdadeiramente eficiente e sustentável se alterarmos os padrões de consumo na Europa. No que diz respeito à moda, as últimas décadas têm sido dominadas pelo fast fashion, e, nos últimos anos, o ritmo intensificou-se ainda mais, transformando-se em ultra-fast fashion. O comércio eletrónico contribuiu significativamente para o aumento do volume de bens importados, tornando as peças de vestuário quase descartáveis. Em 2021, as fronteiras europeias registaram a entrada de mais de 172 milhões de encomendas; em 2022, esse número subiu para 718 milhões; em 2023, duplicou para 1,4 mil milhões; e, em 2024, quadruplicou para mais de 4,6 mil milhões.

Este fenómeno não está apenas a colapsar as infraestruturas aduaneiras, como também nos afasta cada vez mais dos nossos objetivos. A maioria destes volumes é proveniente de países terceiros, onde os direitos laborais e as condições de trabalho éticas são frequentemente desrespeitados. Acresce que os preços extremamente baixos resultam em produtos de baixo valor, com menor durabilidade e fabricados com materiais e processos prejudiciais ao ambiente. Muitos destes produtos têm ainda origem na apropriação indevida de propriedade intelectual de marcas premium, alimentando o mercado paralelo de contrafação.

A disparidade entre as economias europeias e orientais continua a acentuar-se, com mecanismos como o SPG (Sistema de Preferências Generalizadas) e o “De Minimis” a permitirem a entrada destes produtos de baixo valor na Europa sem tributação nem controlo aduaneiro. Estes mecanismos têm potenciado plataformas globais como a Shein, Temu e Alibaba, entre outras, que atualmente dominam grande parte das indústrias, comprometendo o ecossistema industrial europeu e privando os Estados de milhões de euros em receita fiscal. A liderança da Europa na criação de marcas de moda também está em risco.

A tão desejada concorrência leal tornou-se um paradoxo e envolve muito mais do que apenas a nossa economia. O objetivo desta reunião foi promover a consciencialização para estas questões, sublinhando a necessidade de reciprocidade entre mercados. Se os produtos e empresas europeias têm de cumprir legislação exigente em matéria de circularidade, rastreabilidade e segurança do consumidor, os mesmos critérios devem ser aplicáveis às mercadorias importadas de países terceiros.

 
 
 

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ANIVEC / APIV - Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção

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