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INTERCOLOR – PROPOSTA PORTUGUESA OUTONO/INVERNO 2018/2019

As propostas de cor para a estação Outono/Inverno 2018/2019 foram apresentadas e discutidas no Encontro Intercolor realizado em Londres, entre os dias 23 e 25 de novembro de 2016.


A ANIVEC/ APIV é o representante oficial de Portugal e o Modatex a entidade executora, que desenvolve a proposta portuguesa e representa a ANIVEC/APIV nestes encontros.


A projeção da Intercolor resulta da concertação das propostas de todos os países membros e baseia-se numa análise dos contextos macro de cada país, dos valores, estilos de vida e ambientes transversais às diferentes realidades e mercados.


As reuniões da Intercolor decorrem duas vezes por ano, sendo organizadas de forma rotativa entre os países membros e constituem um fórum de discussão sobre a cor.


A Intercolor é uma organização internacional sem fins lucrativos criada em 1963 e que conta atualmente com a participação de 16 países: Alemanha, China, Coreia do Sul, Dinamarca que passou a fazer parte do grupo a partir desta estação, Espanha, EUA, Finlândia, França, Hungria, Itália, Japão, Portugal, Reino Unido, Suíça, Tailândia e Turquia.



Proposta portuguesa de conceito para a estação Outono/Inverno 2018/2019

Porquê Poesia?


Porque a poesia é o símbolo máximo da elevação da linguagem humana, criadora de experiências intelectuais e estéticas profundas, difícil, aborrecida, bela ou sublime.


Porque poesia são presságios, manobras encantadas e desesperadas tentativas de captar a essência do mundo.


Porque os poetas têm a vantagem de escrever frases definitivas sobre o passado, o presente e o futuro. Frases que exprimem o que sentimos de uma maneira tão perfeita, que depois delas já não é possível fazer nada melhor.


Porque a Poesia é a forma mais forte de expressão cultural portuguesa.


Desde o final do século XIX até aos inícios do século XXI não nasceu uma geração que não tivesse grandes poetas, tais como Fernando Pessoa.


Fernando Pessoa – Ortónimo


Fernando Pessoa tem uma poesia intemporal, que apesar de ter surgido numa época de revolução cultural em Portugal, não ficou presa no tempo. Ainda hoje, numa sociedade completamente diferente da dos inícios do século XX, e num mundo em que tudo muda e se transforma num segundo, a poesia de Pessoa mantém uma pertinência incontornável.


O mais inovador em Fernando Pessoa, e presente em todas as facetas da sua obra, é a linguagem extremamente concisa, coadjuvada pela imaginação poderosa e acompanhada de inteligência raciocinante. O resultado é uma visão do mundo marcada por inabalável ceticismo e cortante ironia, que vão reduzindo a nada, uma a uma, todas as farsas ou meias verdades nas quais acreditamos.


Portanto, não é por acaso que nos últimos 70 anos vem ganhando espaço para além do limitado círculo de críticos e especialistas.


A presença, a importância e atualidade deste poeta, são hoje ainda mais intensas e marcantes do que em 1935 (ano da sua morte).


Como artista, criou muitos caminhos e muitas vozes para escrever sobre os vários ângulos da vida que o inquietavam.


Se através de Ricardo Reis escolheu tentar uma conexão com a escrita clássica, através de Álvaro de Campos, exaltou a modernidade. Com Alberto Caeiro refletiu sobre a realidade de todas as coisas.


Toda a poesia dos heterónimos e do próprio ortónimo soam, talvez, como tentativas de criar e também encontrar opções para a manifestação pura dos sentimentos do homem contemporâneo. Homem que avançou social e tecnologicamente, que possui uma expetativa de vida maior e adquiriu mais conhecimento, mas, ainda assim, não domou o tempo nem a morte e muitas vezes não doma sequer as suas angústias.



Alberto Caeiro – Heterónimo


A poesia do Mestre Alberto Caeiro abre caminho para pensar o mundo que perdeu a sinuosidade dos destinos incertos, das trilhas onde vagueamos esquecidos do desejo de chegar, dando ênfase na escuta, enquanto visão atenta do que é, sem adornos nem adjetivos. Colocou-se sempre no centro da realidade sem desejar adulterá-la, ou dela tirar vantagem.


Com perfeita consciência que a existência é móvel, fluida e inconstante, tratou a problemática da mudança em silêncio, sugerindo que a mesma se instale sem alardes nem arrogância, sem grandes sustos ou revelações.

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